Além das dificuldades de geração de receita com o digital, os jornais estão tendo de lidar com o rótulo de “altamente poluentes”
Sergio Vilas-Boas
Sustentabilidade é muito mais que uma área de intensiva cobertura jornalística diária. Ela é parte importante da própria gestão do negócio jornal. A cadeia produtiva do setor – tanto no impresso quanto no digital – envolve atividades que dependem de energia elétrica, combustíveis, madeira, papel, tintas, chapas off-set, filmes e produtos químicos diversos, entre outros insumos. Os desafios nesse campo ainda são enormes, mas muitos jornais brasileiros, apesar da complexa transição pela qual passam, já começaram a enfrentá-los.
Além das dificuldades de geração de receita com o digital, os jornais mundo afora estão tendo de lidar com o rótulo de “altamente poluentes”. “Cancelem suas assinaturas de jornais e revistas impressos”, bradam os ambientalistas influenciados pelo discurso geral da “salvação pela informação sem papel”. Nesse contexto, bancos têm reduzido a impressão de informações, redes de varejo têm evitado a publicidade em papel e consumidores têm usado suas impressoras com mais racionalidade.
O pressuposto desse discurso ambientalista é o seguinte: a redução das áreas florestais no mundo está diretamente relacionada com a degradação causada pelas indústrias de papel, das quais todos os produtores de impressos são dependentes diretos. Pesquisa recente mostrou que a maioria dos consumidores europeus (75%) acredita que há uma relação direta entre a derrubada de florestas e a fabricação de celulose.
O relatório Carbon Footprint of News Publishing, produzido pela WAN-IFRA, indica o contrário: a fabricação de papel consome somente 11% da madeira proveniente de florestas. A maior parte (53%) dessa madeira (proveniente de florestas) é utilizada para a geração de energia e 28% destinam-se principalmente à indústria moveleira.
“Essa pequena de fração de madeira empregada na produção de celulose/papel na Europa é quase toda ela proveniente de reflorestamentos”, sublinhou Manfred Werfel, diretor do centro de competência em produção de jornais da WAN-IFRA. “A cobertura de florestas na Europa aumentou 30% de 1950 para cá. Isto representa um crescimento anual de uma área quatro vezes maior que o território da cidade de Londres.”
Comunicação e informação
Executivos do setor de mídia concordam que o desconhecimento acaba gerando “crenças insustentáveis”. A falta de informação sobre o processo de produção de um jornal, aliada a alguns mitos relacionados à fabricação do papel, tende a criar uma percepção negativa por parte da sociedade no que se refere ao impacto ambiental do setor jornal. Especialistas mais desapegados têm dado ênfase em informações pouco conhecidas – por exemplo, o fato de que o papel de jornal pode ser reciclado e reimpresso até sete vezes.
“Fala-se muito sobre árvores derrubadas, mas, em muitos casos, nenhuma árvore é derrubada especificamente para a fabricação de papel jornal”, observa Eduardo Antunes, gerente industrial e de operações comerciais dos jornais do Grupo RBS. “Na verdade, apenas as sobras de serragem e os galhos entram como insumos na fabricação de papel.”
Para Letícia Lindenberg de Azevedo, diretora de desenvolvimento institucional da Rede Gazeta, toda atividade econômica tem algum impacto ambiental, mas todo impacto pode ser minimizado: “Grande parte do papel jornal consumido no mundo hoje é produzido a partir de celulose de reflorestamento certificada conforme as normas existentes. Os demais insumos utilizados na produção de jornais, tais como chapas, filmes e sobras de papel, por sua vez, podem ser reutilizados também”.
A mensagem transmitida à opinião pública deve ser tão clara quanto equilibrada, sugere Eduardo Sousa, gerente de marketing da Agfa Graphics para a América Latina: “Nós, da indústria gráfica, demos início a uma união de todas as entidades de nossa indústria (Abigraf, ANER, ANJ, entre tantas outras) com o objetivo de criar uma campanha para passar informações corretas: no Brasil, 100% do que é impresso provém de reflorestamento. Além disso, ele é 100% reciclável e biodegradável”.
Os fornecedores de papel, chapas, tintas etc. têm trabalhado para minimizar o impacto de suas tecnologias, mas, para Eduardo Souza, isso não é suficiente: “As empresas jornalísticas têm de olhar também para outros indicadores dentro do setor e refletir sobre o consumo de recursos naturais empregados no seu dia a dia, procurando identificar os fornecedores realmente compromissados como o meio ambiente e que possam contribuir para o aperfeiçoamento do processo produtivo como um todo”.
Cobrança e coerência
Adotar padrões sustentáveis pressupõe o equilíbrio entre ser “verde” e ser rentável. “Os jornais têm dilemas bem maiores a enfrentar nesse momento em que os leitores mais jovens estão migrando para o meio digital, que ainda não se autossustenta”, lembra Letícia Lindenberg, da Rede Gazeta. De qualquer forma, ela pondera, como o comprometimento dos jornais é com o interesse público, o respeito ao meio ambiente é importante.
“Apesar de cobrar sustentabilidade das empresas em suas reportagens, a maioria dos jornais brasileiros ainda não faz a ‘lição de casa’ no que se refere às práticas sustentáveis. Com o crescimento das redes sociais, no entanto, o nosso telhado agora também é de vidro. Pensar em sustentabilidade é questão de coerência com o nosso próprio negocio, e não podemos nos omitir.”
Um bom ponto de partida, na visão de Letícia, é a elaboração de um Plano de Controle Ambiental (PCA) com a ajuda de profissionais especializados: “O objetivo de um programa desse tipo é propor a redução e o gerenciamento das fontes de poluição, atendendo à legislação ambiental vigente”. O jornal A Gazeta contratou uma empresa de consultoria ambiental em 2010 e, feito o “diagnóstico”, foram traçadas metas anuais para o PCA.
Integram esse plano de metas: a coleta de resíduos de pré-impressão e impressão; a construção (2011) de área específica para armazenamento temporário de resíduos sólidos; o tratamento de efluentes – toda a água utilizada na pré-impressão e impressão da rotativa (Newsliner) passa pela estação de efluentes, que trata os resíduos industriais e químicos do parque gráfico (só após essa filtração o esgoto industrial é lançado na rede coletora).
“A cada três meses amostras da água são recolhidas e monitoradas por um laboratório especializado”, detalha Letícia. “E todas as sobras de papel, além das chapas metálicas usadas para a impressão dos jornais, são vendidas para reciclagem. Se adequadamente tratados e descartados, as tintas e reagentes não causam impacto direto ao meio ambiente. Em suma, existem muitas alternativas para a redução do impacto ambiental causado pela indústria jornalística.”
As emissões e seus efeitos
Hilka Staudinger, diretora técnica da Gaia Engenharia Ambiental, de Vitória (ES), chama a atenção para outros cuidados especiais no manejo de parques gráficos. Os procedimentos de gestão ambiental, diz ela, incluem: aquisição de papel jornal de fornecedores licenciados e certificados; contratação de fornecedores de serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos; implantação de coleta seletiva dentro da empresa jornalística; segregar corretamente os resíduos provenientes da revelação de chapas e dar-lhes destinação adequada; reciclar as chapas utilizadas nas rotativas; substituir produtos químicos agressivos por outros menos tóxicos e mais biodegradáveis.
“Também é importante dar preferência a empresas químicas que participam da logística reversa, a fim de receber de volta as embalagens, reduzindo a quantidade de Resíduos Classe I, que vão para aterros industriais. A substituição de tintas a base de compostos hidrocarbonetos por compostos cujo solvente seja óleo vegetal, por sua vez, ajuda a reduzir a geração de descartes perigosos. Trapos e estopas utilizadas na manutenção mecânica podem ser substituídos por toalhas industriais laváveis”, orienta.
Um componente de grande impacto ambiental – gerado tanto pelo jornal impresso quanto pelos jornais digitais – é o gás Freon R-22 ou CFC (clorofluorcarbonetos), refrigerante de sistemas de ar condicionado. “O CFC é um potencial gás de efeito estufa, e por isso deve ser substituído por gases que não destroem a camada de ozônio e possuam baixo potencial de aquecimento global, como os R-744, R-422-D e R-427-A”, continua.
Do óleo das frituras às lâmpadas que contêm mercúrio, quase tudo pode ter destinação de baixo impacto ambiental. As parcerias com empresas especializadas (licenciadas no órgão ambiental de origem) e com o IBAMA são fundamentais também. Mas Hilka lembra que estes e vários outros procedimentos somente têm êxito quando executados em sintonia com um Programa de Educação Ambiental dentro da própria empresa jornalística.
“Todos os colaboradores, desde jornalistas até operadores de máquinas, precisam estar envolvidos; todos têm de compreender a necessidade da redução da poluição no mundo e qual a sua participação individual no processo, como cidadãos mesmo. A substituição de copos descartáveis por copos reutilizáveis, por exemplo, é uma medida aparentemente muito simples, mas ela dá aos colaboradores uma clara indicação de preocupação com o meio ambiente”, diz Hilka.
Marcos Silveira, diretor técnico da Flint Group Tintas de Impressão, chama atenção para os 3Qs: “Primeiro a questão social. Só há sustentabilidade se a considerarmos – ou seja, respeitar o ser humano para que este possa respeitar a natureza. Há ainda a questão energética. Não há sustentabilidade sem energia. Sem energia a economia não se desenvolve e as condições de vida das populações se deterioram. E a partir disso tudo vem o terceiro Q, a questão ambiental. Com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu tempo de vida, a economia não se desenvolve e o futuro torna-se muito incerto”.
Leis e regulações
Os “marcos regulatórios” dos sistemas ambientais no Brasil são um desafio extra para os jornais, na visão de Luciana Proença Zortéa, coordenadora de gestão de segurança do trabalho e meio ambiente do Grupo Paranaense de Comunicação (RPC): “Apoiamos a regulamentação e temos vários exemplos de contribuições importantes nesse sentido. Mas às vezes nos deparamos com situações ainda sem definição clara sobre as responsabilidades e as formas, o que nos causa certa insegurança jurídica”.
Segundo Hilka Staudinger, diretora técnica da Gaia Ambiental, que atualmente presta consultoria para A Gazeta, as normas certificadoras são referências importantes. A norma ISO 14067, que trata da pegada de carbono (carbon footprint), quantifica as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associados ao ciclo de vida de determinado produto – da matéria-prima ao descarte/reciclagem.
Pegada de carbono (carbon footprint) são as marcas (ou “as pegadas”) deixadas pela humanidade no uso dos recursos naturais. Refere-se à emissão de gases de efeito estufa, principalmente. Essa pegada pode ser mensurada. Inventários indicam a quantidade total de gases de efeito estufa gerada na cadeia produtiva. “O objetivo maior de documentos desse tipo, no entanto, é implantar medidas de redução das pegadas até zerá-las”, explica Hilka.
“No caso dos jornais, essas normas fornecem diretrizes para o bom gerenciamento do processo fabril de uma indústria gráfica, por exemplo, e favorecem a percepção da imagem institucional e de sua competitividade no mercado”, diz Luciana Proença. “Por enquanto, as nossas principais práticas de neutralização do carbono decorrente da produção jornalística de nossas empresas são o plantio de árvores e a manutenção periódica da nossa frota automotiva.”
Letícia Lindenberg vislumbra as normas da série 14000 (sobre meio ambiente, todas em processo de aperfeiçoamento) como “um diferencial competitivo relevante”: “Os clientes estão cada vez mais exigentes não somente em relação à qualidade dos produtos, mas também quanto à postura das empresas perante a sociedade. Estar certificado por normas da série 14000 demonstra compromisso com a redução dos impactos ambientais. E agrega valor à marca”.
Estabilidade térmica
O Grupo RBS está tomando uma série de medidas para mitigar os efeitos ambientais do processo industrial de seus oitos jornais. Além de tratar 100% dos efluentes gerados no processo de impressão e pré-impressão nos seis parques gráficos do Grupo, foi feita a opção por chapas (CTPs), que dispensam o processamento químico após a gravação. Evita-se assim o uso de químicos e o consumo de água diminui.
“Temos também uma política para destinação de resíduos sólidos que contempla o envio de resíduos contaminados para coprocessamento ou para locais apropriados para a coleta ou para a destinação final, priorizando, sempre que possível, a reciclagem”, diz Eduardo Antunes, gerente industrial e de operações comerciais dos jornais do Grupo RBS.
O mais novo parque gráfico do grupo, inaugurado em 2009 em Porto Alegre, procura manejar os recursos naturais de maneira eficiente. “Os efluentes industriais e sanitários são tratados (a água é reaproveitada nos sanitários e na jardinagem). A água da chuva é também é reutilizada. Domos prismáticos no mail-room e no depósito de bobinas reduzem pela metade a necessidade de iluminação. E a colocação de 1.500m² de telhado verde ajudou na estabilidade térmica, reduzindo o consumo de energia”, detalha.
“Outro investimento importante naquele parque gráfico foi a implantação do processo de encarte automatizado, que encurtou em 2.800 quilômetros diários a distância percorrida na distribuição dos jornais na Grande Porto Alegre, em função do ganho da janela de tempo e da otimização dos roteiros de entrega, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera em 200 toneladas por ano”, orgulha-se Antunes.
Os jornais do Grupo RPC, por sua vez, estão atentos às origens das matérias-primas. Não utilizam papel vindo de florestas não renováveis ou sem certificação pelo FSC (Forest Stewadship Council) e evitam-se os produtos químicos agressivos. “A reutilização de materiais e a destinação correta dos descartes estão dentro dos padrões exigidos pelo nosso Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGRS)”, diz Luciana Proença.
As empresas do Grupo RPC reciclam 100% do papel jornal considerado “encalhe” ou que não atendeu aos requisitos de qualidade de impressão. “Adotamos uma ferramenta denominada ‘matriz de gerenciamento de insumos’, através da qual gerimos: as entradas e saídas de produtos; as quantidades; a especificação técnica; as formas de armazenamento; o pessoal habilitado; empresas certificadas responsáveis pelo transporte; e o check-list dos documentos legais.”
A eficiência nos balanços
Gerir um jornal ambientalmente sustentável implica reduzir o consumo de energia, baratear o custo dos materiais, estender a vida útil das peças, usar mais tintas a base de água, controlar os resíduos, gerir materiais recicláveis e reutilizáveis. “Ou seja, além do ganho ecológico, que é a grande motivação, há também ganhos econômicos decorrentes da diminuição do consumo de água, energia e químicos, que acabam se revertendo em cortes de custos para nós e para os clientes que utilizam os nossos parques gráficos”, observa Eduardo Antunes, do Grupo RBS.
Luciana Proença,do Grupo Paranaense de Comunicação (RPC), acredita que é tão possível quanto necessário conciliar produtividade, eficiência e responsabilidade socioambiental: “Mas isso tem exigido cada vez mais empenho e foco das nossas lideranças. Por exemplo, em algumas regiões ainda encontramos dificuldades em identificar fornecedores adequados e empresas devidamente habilitadas, o que dificulta e encarece a sustentabilidade”.
Além de reduções no consumo de água e energia, Eduardo Souza, da Agfa Graphics, lembra que os “financiamentos verdes” estão na pauta das instituições financeiras, que hoje tendem a conceder créditos cada vez mais “baratos” para empresas que possuam processos, produtos e serviços ambientalmente sustentáveis. “Para não falar na melhoria da imagem corporativa e na ampliação do reconhecimento da marca”, acrescenta.
A conscientização da sociedade – e até mesmo o avanço da legislação brasileira (uma das mais amplas do mundo) – tem induzido as empresas a manter uma relação mais saudável com o meio ambiente. Marcos Silveira, da Flint Group Tintas, lembra que a elevação dos níveis de segurança no trabalho e de saúde ocupacional, aliadas à eliminação de desperdícios, são fatores interligados à preservação da natureza.
“Sustentabilidade não é um ‘algo a mais’. É, na verdade, uma maneira diferente de fazer negócios. Em termos de cadeia produtiva, a sustentabilidade não se traduz apenas no respeito às leis. Mais que isso, significa conhecer (e tornar transparente) a relação com os fornecedores, com os clientes e com a sociedade. Afinal, todo produto ou serviço exige insumos”, reflete Marcos.
Impresso versus digital: “pegadas”
O relatório Carbon Footprint of News Publishing, divulgado este ano pela WAN-IFRA, estabeleceu comparações entre os impactos ambientais da produção jornalística no impresso e no digital. “Desconheço estudo semelhante (no Brasil) que compare precisamente a eficiência ambiental das publicações eletrônicas e as publicações impressas. Porém, basta uma análise superficial para constatarmos que os recursos utilizados nos impressos causam impacto maior ao meio ambiente”, acredita Letícia Lindenberg, da Rede Gazeta.
A poluição decorrente da impressão de jornais, na visão de Hilka Staudinger, da Gaia Ambiental, que presta consultoria para a Rede Gazeta, começa com a fabricação do papel. “Mesmo com o reflorestamento manejado, a monocultura (de eucalipto ou de pinus) pode desertificar o solo. Já a pré-impressão e a impressão gráfica são etapas poluentes por causa dos resíduos sólidos perigosos e dos efluentes líquidos que, se lançados nos esgotos sem tratamento, degradam as águas.”
A produção de conteúdos digitais, por outro lado, consome grandes quantidades de energia elétrica, que alimentam os servidores, as redes e os sistemas de ar condicionado. Os gastos dos consumidores de informação, que precisam recarregar constantemente as baterias de seus laptops, celulares e leitores eletrônicos, são elevados. “A própria fabricação de eletrônicos tem impactos ambientais, assim como o transporte das matérias-primas e dos componentes até as montadoras.”
Transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo ou fluvial) consomem combustíveis e emitem gases de efeito estufa (GEE). “A informação digital não gera resíduos sólidos, como no caso da informação impressa, mas, para afirmar qual dos dois é mais ambientalmente sustentável, seria necessário avaliar os impactos decorrentes da geração de resíduos sólidos e efluentes. Nesse quesito, a produção gráfica polui mais. Quanto às emissões de GEE, elas podem até ser bem mais elevadas na produção digital”, acredita Hilka.
Eduardo Souza, da Agfa, lembra que os dispositivos eletrônicos são compostos de metais normalmente extraídos de matérias-primas brutas como carvão e petróleo. “Por outro lado, insumos importantes para a impressão gráfica, como tinta e chapas offset, estão cada vez mais ambientalmente corretos. A Agfa oferece duas chapas líderes de mercado que proporcionam um processo mais simples e mais ecológico”, garante.
O consumismo na era digital está levando ao acúmulo de muito “lixo eletrônico” – computadores, celulares, monitores, baterias etc. com baixo índice de reciclagem (15% nos EUA e praticamente zero no Brasil). “A população mundial está cada vez mais integrada à informática, mas já começa a ter noção dos malefícios desses aparelhos todos, principalmente quando jogados diretamente no lixo”, observa Marcos Silveira, da Flint.
Para a produção de um chip de 72 gramas, diz Marcos, poluem-se 32 litros de água devido ao uso de solventes e gases CFC. “Devemos sempre verificar toda a cadeia produtiva de um setor para tirarmos uma conclusão mais racional sobre sustentabilidade, que é a busca por uma solução durável, que preveja os efeitos negativos e gere efeitos positivos.”