“Repensando Atitudes : Saúde Mental na Maturidade” (2023, 387 pags.)
Todos os 50 artigos deste livro expressam meu modo de ser. A escolha de cada assunto está diretamente ligada à minha história pessoal, meus dramas, minha introversão e meu temperamento “altamente sensível”. O enfoque psicossocial destes textos representa uma guinada na minha carreira de jornalista, escritor e professor universitário (e outsider). Os artigos refletem o meu interesse profundo e permanente por psicologia e artes; e espelham as mudanças que ocorreram em minha vida, por reorientação pessoal ou por força das circunstâncias.
Mudei de carreira várias vezes. Mudei de país. Mudei de uma zona metropolitana de 20 milhões de habitantes (São Paulo) para uma cidade de “apenas” 380 mil (Florença/Itália). Mudei da cidade para o campo. Mudei o modo de pensar, de agir, a perspectiva, os ideais, as crenças e as ilusões. Mas escolhas contêm recusas e perdas também. Para me sentir livre e solto, tive que recusar empregos estáveis, cargos de liderança, remuneração folgada e certas conveniências e praticidades que só podem ser obtidas com dinheiro.
Acima de tudo, recusei a linearidade, evitando as opções que pudessem me levar à celebração das minhas conquistas somente quando eu ficar velho ou idoso (completei 58 anos em 2023). Minha vida nunca foi linear-ascendente ou linear-descendente; nem reta, nem plana, nem sólida. Sou errático. Movido pelo desafio da novidade, pelo não experimentado. Sou refratário à acomodação, e não confundo acomodação com conforto. Conforto é decorrência da minha busca. Acomodação é evitar o risco. O presente do presente me interessa mais que o futuro do futuro.
Quando sinto necessidade de mudança, não penso se a nova realidade se encaixa numa continuidade relativa ou se representa um autêntico desvio de rota. Isso tem um preço. Perdi o convívio com amigos brasileiros queridos de longa data, fechei as portas para a fama fácil e reduzi o bem-estar material ao necessário, até porque sou minimalista desde antes de o aquecimento global se tornar o assunto mais importante deste século.
A propósito, não é possível pensar em conservar a vida no planeta sem uma alteração profunda em hábitos diários e sem uma ativa reflexão sobre quem somos. Acredito que o autoconhecimento é a base da saúde física e mental, e que a tomada de consciência da própria maturidade é uma fascinante etapa da nossa existência. Este conjunto substancial e coeso de artigos – para você ler off-line – não oferece respostas fáceis, mas te coloca em contato consigo mesmo(a), o que não é pouco.
Dica: embora os textos possam ser lidos na ordem que você quiser, considere lê-los na sequência que propus, para você perceber mais claramente a interligação dos temas.
“Repensando Atitudes : Saúde Mental na Maturidade” (2023, 387 pags.)
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